Deputado "cara de pau" diz que colegas passam necessidade com salário de R$ 33,7 mil e quer aumento igual ao do STF
Deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) defende aumento de 33,7 mil reais para 39,3 mil reais , como o STF (Luis Macedo/Câmara dos Deputados) |
Pela regra atual, o aumento da remuneração dos congressistas pode ser aprovado em 2019 e entrar em vigor no mesmo ano.
Adversário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que concorre à reeleição -, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) defendeu o reajuste para seus pares.
“Há colegas que não dependem do salário, mas outros dependem e passam necessidades que a gente não sabe. É preciso dar ao parlamentar uma melhor qualidade de vida. Não é aumento de salário: é reajuste dentro da lei”, argumentou Ramalho, conhecido como Fabinho.
A eleição que renovará o comando do Congresso ocorrerá em 1.º de fevereiro. No último dia 12, Ramalho – hoje vice-presidente da Câmara – ocupou a tribuna para defender o aumento. “Precisamos que os salários de todos os deputados sejam reajustados como estão sendo os de todos os outros Poderes.”
Questionado sobre a conveniência do aumento em um momento de crise econômica e ajuste das contas públicas, Ramalho disse não ter medo de enfrentar assuntos áridos e destacou que a decisão caberá à maioria. “É melhor o parlamentar ser bem remunerado porque você pode cobrar dele a lisura, mas eu também defendo a reforma da Previdência, que conserta tudo isso”, insistiu.
Ramalho aproveitou para dar uma estocada em Maia, que, ao substituir o presidente Michel Temer no último dia 18, durante uma viagem internacional, sancionou projeto de lei permitindo que municípios com queda na arrecadação gastassem mais de 60% da receita com pagamento de servidores.
“Muito mais grave do que falar em reajuste foi esse afrouxamento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso é gravíssimo. Tenho certeza de que ele (Maia) não tem capacidade de tocar uma reforma da Previdência.”
O presidente da Câmara não retrucou. Disse, no entanto, que houve uma “interpretação errada” da sanção do texto, porque “nada afetou a Lei de Responsabilidade Fiscal”. Maia também é simpático à ideia de unificar o teto salarial do Executivo, Legislativo e Judiciário. Para que isso ocorra, porém, a Câmara e o Senado precisam aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição.
A PEC que tramita na Câmara sobre o assunto foi apresentada em 2011 pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), não reeleito, e aprovada em comissão especial. “A proposta está pronta há sete anos para ser votada em plenário”, disse Marquezelli. Segundo ele, a vantagem é que a proposta limita o teto no Brasil inteiro e não inclui os chamados penduricalhos. A desvantagem, diz, é que os salários seriam igualados no patamar mais alto – hoje em 39,3 mil reais.
Atualmente, os salários dos ministros do STF são fixados por lei enviada ao Congresso e dependem de sanção do presidente da República – o valor serve como teto para o funcionalismo público. A remuneração bruta do presidente também é menor, de 30,9 mil reais.
Líderes na Câmara avaliam como injusto o fato de parlamentares ganharem menos do que os ministros do STF. A aposta é que, com o acirramento da disputa pela presidência da Casa, o tema ganhe maior relevância na busca de apoio, inclusive dos novos deputados que estão chegando a Brasília.
Comentário:
Agora vemos que a maioria dos políticos que elegemos não estão nem aí nem para os seus eleitores, só querem se enriquecer e encher seus cofres e tesouros com fortunas públicas. Depois vem com a maior CARA DE PAU em época de eleições dizendo que "fez muito pelo Brasil e que quer continuar fazendo ainda mais (pelo seu bolso)..."
Não quero de forma alguma generalizar aqui; sei que há bons políticos, mas tem muitos que não prestam nem para ser comparados a um estrume. Estou cansado deste bando de mau caráter!
No próximo gráfico abaixo mostra que quanto menos o parlamentar ganha mais eficaz é o seu trabalho.
Na Suíça, deputado não tem benefícios e ganha menos que professor. Tem parlamentares que trabalham para o governo que recebem menos de 4.100 francos (€ 3’500) por mês e não têm direito a usar carros oficiais.
“Na Suíça, a política é considerada um envolvimento popular”, explicou Guy Mettan, deputado e ex-presidente do Parlamento Estadual de Genebra. “É um sistema de milícia. Ou seja, não é um sistema profissional. Somos obrigados a ter um emprego paralelo, a ter uma profissão paralela. Não se pode viver com essa indenização”, admitiu o deputado suíço. “Não existe deputado profissional”, completou ele.
Só assim um país pode ser um dos mais evoluídos do mundo…
Fontes: Veja, Swissinfo.ch e infoSuiça
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