O PT vai boicotar a posse de Bolsonaro. Cansou da democracia que nunca souberam o que significa

O PT nasceu em 1980, fruto do casamento de sindicalistas do ABC com uma miríade de militantes de esquerda, muitos exilados e que não aceitavam a liderança de Leonel Brizola, o político mais vistoso no enfrentamento ao regime militar. Veio ao mundo sob as bençãos dos padres ligados à Teologia da Libertação e já com apoio forte entre a estudantada, os intelectuais, a classe artística e a quase totalidade dos jornalistas.

 Era um bebê raivoso, rebelde, barulhento e carregava uma poderosa áurea, que prometia novos tempos na política brasileira.

Surrado por Jair Bolsonaro e atordoado pela ojeriza que a população brasileira demonstra a muitas de suas bandeiras, o PT anuncia que vai boicotar a posse do presidente eleito. Seus deputados e senadores vão trocar Brasília por Curitiba. Pretendem com isso mostrar repúdio a um governo que consideram arbitrário, comandado por militares.

Os anos de poder absoluto fizeram muito mal para o partido, que caiu na vala comum de tantos que denunciava quando da sua fundação. A perda da pureza somada ao desgoverno de Dilma Rousseff quase enterraram de vez o partido, mas a força de Lula, mesmo atrás das grades, ainda é capaz de dar uma sobrevida aos petistas, que saíram das urnas mais fortes do que muitos analistas acreditavam. Bem, entre momentos mais ou menos inflamados, de êxtase ou abatimento, o PT sempre jogou com as regras democráticas.

Só que agora, talvez, pela certeza crescente de que Lula não sairá tão fácil da cadeia, o PT parece disposto a buscar novos caminhos. Quer meter o dedo no olho do oponente.

 O governo ainda nem começou, portanto, não pode ser condenado por algo que ainda não fez, os militares que chegam ao poder o fizeram seguindo os trâmites democráticos e 57 milhões de brasileiros votaram em Bolsonaro.

 O PT parece aquelas crianças mimadas que só gostam do jogo quando vencem.

Fonte: Coluna do Fraga - R7

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